A visita do Papa Francisco ao Iraque, desejada ardentemente pelo Sumo Pontífice e várias vezes adiada, finalmente aconteceu entre os dias 5 e 8 de março de 2021. Foi qualificada unanimemente como histórica. Certamente essa é a primeira vez que um Papa viaja ao Iraque. Mas é sobretudo uma visita aos homens e mulheres de um país imensamente rico, mas alvo de conflitos internacionais egoístas e destrutivos. É uma visita que se inscreve na ação heroica da Santa Sé contra as guerras, a favor dos direitos humanos e da liberdade de consciência religiosa.
Seguindo as pegadas de Abraão, o Santo Padre trata de despertar a fé verdadeira em Deus em um país predominantemente muçulmano, onde o fanatismo é ainda perigoso e o jihadismo, principalmente o do assim chamado Estado Islâmico, tratou de erradicar uma igreja bimilenar e condenou ao exílio mais de um milhão de fiéis, comprometendo o futuro e obscurecendo o presente.
A visita foi breve e rápida. O Papa se encontrou com autoridades oficiais e representantes de diversas religiões. Recitou o Angelus de domingo em uma cidade cristã na planície de Nínive, uma região humilhada, submetida ao vandalismo e esvaziada de habitantes por membros do assim chamado Estado Islâmico. Pouco antes, havia parado na cidade de Mosul, também ferida e destruída pelos radicais, que eliminaram também muitos muçulmanos depois de ter perseguido os cristãos e os yazidis. Concluiu a visita com uma missa pontifical em um estádio de Erbil, capital da religião curda.
Foi, definitivamente, uma visita histórica porque o Sumo Pontífice apresentou-se, humilde e amorosamente, como testemunha da verdade e da esperança.
† Jean Benjamin SLEIMAN, OCD
Arcebispo de Bagdá dos Latinos