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14 fevereiro 2017

Adeus a Mons. Luna, Carmelita Descalço e bispo equatoriano

No passado 7 de fevereiro falecia em Quito, Equador, Mons. Luis Alberto Luna Tobar, carmelita descalço e Arcebispo emérito de Cuenca, com 94 anos de idade.

Mons. Luna tinha nascido a 15 de dezembro de 1923 no seio de uma acomodada familia de Quito. Conheceu o Carmelo numa visita à missão de Sucumbíos, realizada junto com alguns amigos, três dos quais entraram juntamente com ele na Ordem, admirador dos frades, mais concretamente e usando as suas próprias palavras, atraído da “sua vida, sua alegria, sua formação, sua maneira de ser”.

Finalmente só ele perseverou e foi enviado a estudar a Espanha, sendo logo o primeiro equatoriano a tomar o hábito de carmelita em Burgo de Osma a 3 de agosto de 1939. Ordenando-se como sacerdote a 25 de julho de 1946 na Cartuxa de Miraflores de Burgos. Uma vez ordenado sacerdote quase de imediato regressa a Quito e é nomeado pároco da Igreja de Santa Teresinha, onde trabalhou incansavelmente como pároco durante 22 anos até 1968, com êxitos declarados, pois chegou a converter-se no  sacerdote de moda e não havia baptizado, confissão nem matrimónio que não o celebrasse. Tinha um certo carisma para inspirar confiança, foi o conselheiro de centenas de pessoas da política e do mundo social da capital. Será também professor da Universidade Católica e em 1972 nomeado membro da Academia Equatoriana da Língua. Entre 1970 e 1973 foi definidor geral da Ordem. Y en 1977 é nomeado Bispo auxiliar de Quito. Mas o grande Bispo, o grande Pastor, o grande amigo dos pobres e dos campesinos surgirá a partir da sua chegada a Cuenca como Arcebispo no ano 1981. Recebido com receio e desconfiança pelo clero cuencano pepa sua origen e pela sua passagem como auxiliar de Quito um tanto elitista. Acompanhado pelo seu Vigário de Pastoral rural P. Hernán Rodas visitará a Diocese em todos os lugares. E aí encontrará a sua conversão. Esse mesmo espírito que tinha demonstrado em Quito para acolher as personagens da política, da aristocracia e da cultura… o levará a sintonizar com os campesinos e campesinas: “O meu maior gosto é ter-me entendido com os campesinos, temos uma harmonia muito grande”.

Assim, era conhecido como “o Bispo dos pobres” e “o Bispo sem distingos” ou, como os seus próprios irmãos bispos reconheciam“É o profeta de Equador”. O seu falecimento causou um enorme impacto na igreja e na sociedad equatorianas, até ao ponto que o mesmo presidente Correa lamentou publicamente a sua morte e dedicou uma elegía fúnebre a Mons. Luna.

Juntamente com o Monsenhor Proaño, falecido há já quase 30 anos, e o nosso  Monsenhor Gonzalo, que nos abandonou recentemente formou o grupo mais destacado de Bispos empenhados em liderar a reforma que trouxe consigo o Vaticano II, assim como as reuniões do episcopado latinoamericano e do Caribe celebradas em Medellín e Puebla.

Descansa em paz nosso irmão.

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